sexta-feira, 13 de agosto de 2010

Recordações do Rock: Engenheiros do Hawaii

Fala galera da Dark Rock Belem, depois das férias eu vou falar de uma banda que marcou a minhas férias de 2008 e concerteza é uma das melhores bandas do Brasil. É isso aí Engenheiros do Hawaii na área.

Tudo começou em Porto Alegre no ano de 1984. Devido à greve na faculdade de arquitetura, as aulas se estenderiam até Janeiro de 85 e diante dessa situação a faculdade organizou um happenings com os estudantes que produzisse arte na escola.

Humberto Gessinger( que na época tocava guitarra) ficou sabendo que Carlos Maltz tocava bateria. Os dois esbarraram em Marcelo Pitz,( baixista), e juntos decidiram participar da bagunça, ainda com a participação de Carlos Stein na guitarra, que logo deixou a banda.

Engenheiros do Hawaii???!

Na faculdade, os estudantes de arquitetura e engenharia se envolviam em rixas curriculares, filosóficas, estilos de vidas opostos... Enfim, o pessoal da arquitetura inventaram um apelido pra acabar com os inimigos. "Todo estudante de arquitetura é meio arrogante, acha que todos os engenheiros estão abaixo. Tinha um pessoal na engenharia que usava aquelas roupas de surfista, e, para irritá-los, nós fazíamos questão de chama-los de "Engenheiros" e, mais do que isso, Engenheiros do Hawaii, que é um paraíso meio kitsch" diz a banda.

Na época, Porto Alegre e o Brasil presenciavam uma explosão de bandas punk, quase sempre com nomes heróicos: Cavaleiros do Apocalipse, Virgens Nucleares, Legião Urbana, Titãs, Replicantes entre outras... O que segundo Humberto também contribuiu para a adoção do nome: "Sempre me assustou essa coisa heróica da música pop, porque te leva a ser meio semideus. Engenheiros do Hawaii era um nome desmisrificador, ninguém nos levaria muito a sério. É um nome que até hoje nos protege de nos encararem como sacerdotes".

11 de Janeiro de 1985
Essa foi a data do primeiro show, por sinal coincidindo com a abertura do Rock in Rio I. Enquanto no Rio são centenas de pombas da paz os três engenheiros apresentavam com um repertório variado que ia de "Ô Monica, abrace o elefante...", passava pelo jingle do chocolate sem parar, Lady Laura até a abertura do seriado Hawaii 5.0, além de uma ou duas músicas próprias, todas tocadas em ritmos de reggae. "O Marcelo adorava e era a coisa mais fácil de tocar" lembra Humberto.

Alternativa Nativa*

Apesar dos dois bons discos, os Engenheiros ainda não haviam sido admitidos na primeira do BRock. Ainda eram uma banda colocada para abrir noites para um grupo audivelmente inferior como o Capital Inicial na época. Foi o que aconteceu no terceiro festival Alternativo Nativa realizado no Maracanãzinho entre 14 e 17 de Julho de 1988. O Legião Urbana tocou sozinho nas duas primeiras noites e os Paralamas idem. Mas Gessinger, Maltz e Licks tiveram que abrir para a banda de Dinho Ouro-Preto na noite de Sábado , 16. Eles ficaram ao mesmo tempo perto, abaixo e acima do Capital. O show dos Engenheiros foi uma espécie de rito de passagem entre a garagem e as grandes arenas. Nem o tropeço literal que Gessinger deu no palco ainda na primeira música nao fez o trio perde o rebolado.

Quem é mais pop???

Em 1990 os Engenheiros lançaram o quinto Lp- O Papa é Pop. Neste disco a banda grava pela primeira vez uma música que não foi composta pelo grupo- Era um garoto que como eu amava os Beatles e os Rolling Stones, primeira música que Himberto aprendeu a tocar ao violão, ainda criança, e que era tocada inicialmente pela banda em um showmícios para eleições presidencial de 1989. Este disco alçou os Engenheiros a categoria de "melhor banda de Rock do Brasil". Vendeu mais de 350 mil cópias e estourou com as músicas: O Papa é pop, Exército de um homem só, Era um garoto.....( que por coincidência em uma época de guerra), Pra ser sincero e Perfeita Simetria. Além de tantos sucessos, as rádios ainda descobriram REfrão Bolero música do segundo Lp da banda.

O disco caracteriza uma estética "limpa", desde a capa até o som , gravado com bateria eletrônica, guitarra e baixo totalmente limpinhos. Marca também o batizado da banda como produtora de seus discos, fato que se repetirá nos próximo dois Lps.

Há mais de mil destinos em cada esquina....
10.000 Destinos, um dos nomes pensados para o Tchau Radar e título da oitava cançaõ deste disco, batizou o disco seguinte dos Engenheiros. Gravado ao vivo na Palace em Março de 2001, o disco veio fazer jus a tradição dos discos ao vivo dos Engenheiros, todos gravados a cada três disco de estúdio. Os hits ganharam novas versões, como Toda Forma De Poder e Refrão Bolero acompanhadas por Renato Borghetti. Rádio Pirata do RPM e Quando o Carnaval Chegar, de Chico Buarque também ganharam versões, mas desta vez em estúdio, acompanhadas das duas inéditas Números e Novos Horizontes. "Dos dez mil possíveis destinos de uma canção, no show se escolhe um...quase nunca perfeito tecnicamente, mas sempre com a força e emoção da vida real, sem retoques. Correr este risco é maravilhoso." Revela Humberto.
Ainda na turnê 10.000 destinos - a maior da história da banda - os engenheiros voltam ao palco do Rock in Rio para fazer um dos últimos shows da formação Gessinger, Fonseca, Granja & Dorfman que anunciam seu afastamento da banda para se dedicar ao projeto Massa Crítica.
De um primeiro encontro no palco do Rock in Rio, Paulinho Galvão, na ocasião acompanhando Paulo Ricardo, assume a guitarra dos engenheiros, mas desta vez não sozinho. Humberto, depois de 14 anos responsável pelo baixo da banda, volta as guitarras. "os guitarristas nunca protegeram a minha voz, to atrás de abrigo pra ela" diz Humberto. Juntam-se ainda ao grupo Bernardo Fonseca e Gláucio Ayala. "Gláucio Ayala, toca bateria e faz os vocais de apoio nos shows. Além da competência musical, é o cara de melhor astral com quem já toquei. No baixo, Bernardo Fonseca. Apesar de ser o mais jovem, ficou com a parte mais delicada, já que era meu este território desde o segundo disco da banda. Em pouco tempo ele conseguiu achar a medida certa entre a tradição da engenharia hawaiiana e a personalidade própria. Freqüentemente me esqueço que já toquei baixo naquelas músicas."

10.001 destinos
Pra selar os novos tempos sai 10.001 destinos, uma edição especial revista de 10.000 destinos dando prosseguimento a maior coletânea dos Engenheiros já lançada, completando 26 músicas em 2 discos. A capa com novas cores e a apresentação dos novos integrantes adicionam um sabor a mais, e especial, ao disco original: 16 músicas gravadas ao vivo no Palace, mais 4 feitas em estúdio. Com as 7 novas em estúdio, 10.001 Destinos soma Lado A e Lado B, sucessos


Postador por: Mary Way

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